segunda-feira, 21 de novembro de 2011

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Medo e realização.

Todos os dias da minha vida eu sinto medo.
E ele já parte tão cotidiana de mim, que há tempos ele deixou de incomodar para começar a me policiar.
Aprendi a conviver com o medo e tentar trazê-lo para o meu lado senão como um amigo, como um grande conselheiro.
Ele me diz o que dá e o que não dá.
Ele me diz para confiar ou desconfiar.
Ele me diz ter medo de cair e ir com calma no caminho.
Ele diz quando devo aguçar o faro e ter cautela para continuar.
Apesar de cotidiano, tem dias que o medo vira pânico.
Nada pode ser maior que o meu medo de decepcionar.
Medo de não atingir as expectativas e, tem dias, quando estou um pouco mais exigente comigo mesma, medo de não superá-las.
Tenho medo de ver o que eu prometi algum dia indo ao longe, para sempre, sem conseguir alcançar. Medo de falhar.
Tenho medo do amanhã distante, da frustração e das provações que talvez não venham.
Tenho medo do hoje morno, do “achei que era, mas não é”. Do deixar de ser mais para ser ok.
Todos os dias da minha vida eu sinto medo e todos os dias ele dá lugar a coragem.
Coragem para prosseguir e para acreditar.
Que na vida, o ruim é não ter medo. O ruim é deixar de realizar.

domingo, 13 de novembro de 2011

É preciso agora resgatar esse idealista que ocultamente somos, mesmo que D. Sebastião não volte, ainda que nossos barcos não cheguem a parte alguma, apesar de não existirem sequer moinhos de vento.
Senão teremos matado definitivamente o santo e o louco que são o melhor de nós mesmos; senão teremos abdicado dos sonhos da infância e do fogo da juventude; senão teremos demitido nossas esperanças.
O homem livre num universo sem fronteiras. O nordeste brasileiro verde e pequenos nordestinos, ri sonhos e saudáveis, soletrando o abecedário. Um passeio a pé pela cidade calma. Pequenos judeus, árabes e cristãos, brincando de roda em Beirute ou na Palestina.
E os vestibulandos, todos, de um país chamado Brasil, convocados a darem o melhor de si no curso superior que escolheram.
Utopias? Talvez sonhos irrealizáveis de algum poeta menor, mas convicto de que nada vale a pena, se a alma é mesquinha e pequena.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

De repente..

De repente você se nota pensando em todos os momentos em que viveu até agora, em todos os bons momentos. E como num 'flash', também se lembra daqueles que não valeram a pena, descartando qualquer possibilidade de retomar aquilo que já se passou.
De repente você não quer se dar conta de que o melhor de lembrar de tudo isso são as experiências, os marcos que ficarão pra sempre dentro e fora de você. Locais, momentos, pessoas, situações, enfim, tudo o que te resgata na memória os mais diversos instantes da sua vida.
É tão bom saber que você fez e faz alguém feliz. É tão bom saber que alguém te fez e te faz feliz. É tão bom ter com quem contar. E melhor ainda, ter quem conte contigo. As situações cotidianas às vezes nos separa daquilo que gostaríamos de fazer e de quem gostaríamos de ter, causando uma sensação de impotência, sem realmente ter o que fazer.
De repente, você percebe o tempo. Ah, o tempo! Esse sim tem muitas histórias pra contar e muitas a serem contadas. Ele sim poderá te encaixar naquilo que gostaria de fazer e com aqueles que gostaria de ter. O tempo te trará coisas inéditas, inclusive memórias. Ele saberá te introduzir em todo o espaço de tempo que puder e lhe for necessário.
Mas, de repente, você vê que o tempo te machuca, te fere, te traz trastornos, faz chorar, faz rir pra não chorar, te causa sensações intorpes e insensatas. E de repente você se da conta de que isso é coisa de tempo, é passageiro desse vagão inconstante que o tempo faz questão em transportar. Mas é preciso.
Na vida, infelizmente, não sabemos o tempo em que temos pra fazer aquilo que precisamos fazer, ou então, algo que nos questione no sentido de poder ou não, querer ou não. O tempo é uma metáfora que usamos para solidificar sentimentos, contestar pensamentos e ações, sugerir soluções e aproximar distâncias e pessoas. O tempo é eternidade e atemporal, é absolutamente incondicional.
E, por fim, de repente, você se vê crescendo, amadurecendo, se tornando um vagão de experiências desse tempo que passa de um  modo inconstante, com guinadas estranhas e calmarias arrastadas, mas passa!

Deixe o tempo.
De repente, se perder pode ser o melhor caminho!

domingo, 18 de setembro de 2011

"Em luta, meu ser se parte em dois. Um que foge, outro que aceita. O que aceita diz: não. Eu não quero pensar no que virá: quero pensar no que é. Agora. No que está sendo. Pensar no que ainda não veio é fugir, buscar apoio em coisas externas a mim, de cuja consistência não posso duvidar porque não a conheço. Pensar no que está sendo, ou antes, não, não pensar, mas enfrentar e penetrar no que está sendo é coragem. Pensar é ainda fuga: aprender subjetivamente a realidade de maneira a não assustar. Entrar nela significa viver."
"Eu preciso muito, muito de você. Eu quero muito, muito você aqui de vez em quando, nem que seja muito de vez em quando. Você nem precisa trazer maçãs, nem perguntar se estou melhor. Você não precisa trazer nada, só você mesmo. Você nem precisa dizer alguma coisa no telefone, basta ligar e eu fico ouvindo o seu silênci. Juro como não peço mais que o seu silêncio do outro lado da linha, ou do outro lado da porta, ou do outro lado do muro. Mas eu preciso muito, muito de você."

CFA

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Último Abraço

Ainda sinto o teu corpo ao meu corpo colado;
nos lábios, a volúpia ardente do teu beijo;
no quarto a solidão, desnuda, ainda te vejo,
a olhar-me com olhar nervoso e apaixonado...

Partiste!... Mas no peito ainda sinto a ânsia e o latejo
daquele último abraço inquieto e demorado...
- Na quentura do espaço a transpirar pecado,
Ainda baila a figura estranha do desejo...

Não posso mais viver sem ter-te nos meus braços!
- Quando longe tu estás, minha alma se alvoroça
julgando ouvir no quarto o ruído dos teus passos...

Na lembrança revejo os momentos felizes,
e chego a acreditar que a minha carne moça
na tua carne moça até criou raízes!...

domingo, 26 de junho de 2011

Delight.

Delírios são fragmentos de nós que se dispersam e se encontram, entrelaçando sentidos opostos de um mesmo contexto, contrariando as vontades e ao mesmo tempo satisfazendo-as.
É tão incontundente tudo o que vivemos que, sem darmos conta, nos entediamos de coisas fúteis, supérfluas, e passamos a resgatar as emoções à flor da pele, as loucuras em plena sanidade, as ilusões criadas e recriadas constantemente.
Alguns devaneios nos rondam, fazem renascer em nós o senso crítico, fortalecendo em cada um o dom de duvidar, desconfiar, questionar e, por que não, acreditar?!
Silenciosamente as dúvidas se calam, as luzes se apagam, e nossos questionamentos alheios são respondidos na quietude da alma, do coração. Todos nós temos um pouco de insanidade. Apenas não sabemos quando e como usá-la.

sábado, 25 de junho de 2011

Aos bons amigos.

Assim como o bom filho à casa torna, os bons amigos com a verdadeira amizade permanecem.
Ao longo do tempo você vai perceber que, mesmo com a distância, mesmo tendo que seguir rumos diferentes, que apesar da saudade, aquelas caras amizades prevalecem.
Aqueles que te levantam o astral com simples palavras e expressões, que mesmo nas piores situações, ao final, abriam o mais belo sorriso; aqueles que, ao invés de secar lágrimas, não as deixam cair; aqueles que curam sua "fossa" sem nem precisar beber um copo de cachaça (ou precisar de mais de um!); enfim, aqueles que mesmo distantes, mesmo tendo seguido rumos diferentes dos seus, continuam alí, firmes e fortes, abertos à sua amizade, mantendo o companheirismo, relembrando os velhos tempos, os bons e maus momentos e escrevendo novas histórias.
O tempo nunca é suficiente para quem está perto e sempre passa lentamente para os que estão longe, atiçando a necessidade de estar junto, de poder sorrir a uma distância mínima uns dos outros, deixando sempre acesa aquela vontade de mais, de um tempo que ainda não passou, não terminou.

Leaves.

Ao som do vento,  as folhas balançam, caem, descolorem-se.
Tornam-se nada mais do que folhas caídas no chão, que, à poucos instantes enfeitavam os longos braços de algumas árvores.
Renasçem, reconstituem-se, ocupam novamente seu devido lugar; floresçem, dando ao ar, a graça de vê-las novamente alí, mais coradas e irradiantes do que nunca!
Mas o som do vento, o seu sopro suave, insinua que, ao mais tardar, o seu toque manso irá sacudir, balançar, desfolhar novamente aquilo que se reconstitui tão calmamente, por etapas.
É justamente assim que acontece no dia-a-dia.
O vento irá soprar, você irá balançar. cair, desfolhar, descolorir, mas irá regenerar, reconstituir, ressurgir do vendaval ao qual um dia todos nós somos submetidos. Isso vai se repetir inúmeras vezes, mas ao final de tudo, saberá que ao amanhecer, floresçerá! :)

Moments.

É impossível ser feliz sozinho.
As pessoas constantemente buscam, tentam encontraguma maneira, algo ou alguém para lhes servir de apoio, inspiração, espelho; para se apegar sem dó, podendo isso durar por um instante, por toda vida, além da vida ou não durar.
A duração de um momento é uma questão de intensificação dos sentimentos, dos desejos, das vontades, das saudades, dos amores, das dores, das alegrias, das chegadas e partidas, enfim, uma série de fatores que desencadeiam a vivacidade do momento vivido ou espererado, tornando-o uma doce lembrança.
Memorável, algo que está armazenado em algum lugar de sua mente, em seu corpo, em objetos, em pessoas, que vem à tona só por lembrar, sentir, olhar, notar que o que passou fez total sentido e perdurou por momentos incansavelmente lembrados a qualquer hora ou lugar, dando espaço a uma saudade, a uma vontade de viver mais para que o resto dos dias tornem-se instigantemente memoráveis.